Já é um costume na clínica veterinária a ampla prescrição de antibióticos, mesmo que muitas vezes o quadro clínico do paciente não mostre essa necessidade. Muitos Médicos Veterinários receitam antibióticos de amplo espectro como uma forma de “precaução”, mas se esquecem de que isso pode gerar um grave problema no futuro. Essa prescrição desnecessária expõe as bactérias presentes no organismo a princípios ativos diversos, elimina os indivíduos susceptíveis e favorece a proliferação de populações resistentes, fazendo com que os antibióticos deixem de funcionar ao longo do tempo.
Muitas vezes nós associamos que a única opção para doenças bacterianas é o uso de antibióticos; porém já estão disponíveis uma gama de produtos no mercado que tornam essa afirmação falsa. Abaixo podemos observar a resistência relatada por pesquisadores em algumas importantes bactérias para a clínica veterinária de cães e gatos:
| Bactéria | Patologias envolvidas | Resistências relatadas |
| Escherichia coli | Principalmente gastroenterites e problemas urinários | Amoxicilina + ácido clavulâmico, trimetoprim + sulfametoxazol e cefalosporinas |
| Staphylococcus intermedius e pseudintermedius | Piodermite e outros problemas de pele | Meticilina, tetraciclina, gentamicina, cloranfenicol e marbofloxacina |
| Staphylococcus spp. | Problemas de pele e otológicos | Além dos citados acima, podem apresentar resistência a vancomicina e oxacilina |
| Streptococcus spp. | Pneumonia e infecções de pele, genitais, faringes e endocárdio | Amicacina e tetraciclinas |
Vale ressaltar que os dados apresentados acima correspondem a uma ínfima parte de toda a pesquisa realizada na área. Alguns pesquisadores apontam que temos bactérias resistentes a todos os antibióticos já desenvolvidos. E o pior, graças a quantidade exorbitante de antibióticos utilizados, o tempo para o aparecimento de resistência está muito menor do que o tempo levado pelos cientistas e pesquisadores para o desenvolvimento de novos produtos.
Órgãos oficiais estimam que, em 2019, mais de 1,2 milhão de pessoas tenham morrido por problemas relacionados a resistência antimicrobiana. Temos um problema gigante de saúde pública em nossas mãos. Sendo o médico veterinário um profissional altamente habilitado para versar sobre saúde única, é nossa responsabilidade garantir a mitigação desse problema.
Na atual condição sanitária em que vivemos, encontramos uma grande dispensação de antibióticos, com foco principalmente à azitromicina, antibiótico listado pela Organização Mundial da Saúde como crítico para a medicina humana. Em qual condição nos encontraremos quando ela parar de funcionar? E isso já é uma realidade; casos de doenças sexualmente transmissíveis e infecções estreptocócicas já se mostram resistentes ao composto. Quais serão os próximos efeitos sentidos pelo uso desnecessário de antibióticos?
E qual a solução? Não utilizarmos nunca mais os antibióticos? A saída é uma utilização criteriosa. Os antibióticos devem ser utilizados somente como última opção e em casos de maior complexidade, nos quais já tenham sido realizadas outras tentativas de tratamento. Além disso, é de extrema importância a realização de exames como o antibiograma, para determinar qual o melhor antibiótico para o paciente, evitando o uso de medicações ineficientes, que apenas irão contribuir ainda mais para a resistência.
Nós da Wesen Green trabalhamos incessantemente para criar soluções para uso médico-veterinário. Somos uma equipe composta por mestres e doutores, e todos os nossos produtos passam por criteriosa validação científica. Muitos ainda olham com desconfiança para os produtos naturais, porém eles são uma realidade para melhor tratamento do seu paciente e mitigar problemas de saúde pública.
